“Divulgação pública da Ciência” é o conceito-chave da Olimpíada de História do Brasil

Escrito por juliana.motta. 11 de setembro de 2014, às 18:22

Popularizar o conhecimento científico e aproximar o estudante de Ensino Médio dos métodos de pesquisa historiográfica adotados por universidades brasileiras é um dos princípios que regem a Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB). Foram com estas motivações que professores e alunos do IFC Videira participaram da 6ª ONHB, cuja fase final ocorreu em Campinas, dias 16 e 17 de agosto.

Embora seja uma competição nacional, o foco da Olimpíada não é premiar os “melhores” ou mesmo promover um ranking das melhores instituições participantes, explicam os professores do IFC Videira, historiadores Adriano Bernardo Moraes Lima e Cristiane Aparecida Fontana Grümm.

Prova disso é que organização da Olimpíada não divulga uma lista com as melhores instituições, mas faz uma premiação mais ampla, destinada a reconhecer o esforço individual e coletivo de quem obteve melhores resultados. Das 305 equipes (1500 estudantes) que participaram da final, 15 delas receberam medalha de ouro, 25 equipes receberam medalha de prata e 35 equipes receberam medalha de bronze.

Não apenas a forma de premiação é diferenciada, mas a escolha do formato das questões. “O método da prova é um método de desafio. É uma prova que exige pesquisa e discussão”, explica Adriano. “As questões não têm apenas uma alternativa correta. Os alunos precisam debater, refletir e escolher qual é a mais correta entre as alternativas”, complementa Cristiane. Segundo eles, não ter certeza da resposta correta é o que torna a ONHB tão instigante.

Além das fases com questões objetivas, a 4ª fase da ONHB se destina a uma produção de texto, em que os alunos de todo o Brasil são envolvidos, pois além de escrever seu texto precisam corrigir o texto de outra equipe, selecionado pela comissão organizadora.

Em 2014 o tema que permeou a ONHB foi Ditadura Militar. “Aprofundamos muito o conhecimento sobre a Ditadura. Eles disponibilizaram documentos para análise, achamos uma forma interessante de aprender História. Na 4ª fase tivemos que entrevistar uma pessoa que vivenciou a época da Ditadura, foi muito aprendizado”, destacam as alunas Julia Gelain , Larissa Rocha e Karina Felicetti, que tiveram a equipe classificada entre as cinco melhores das escolas públicas do Brasil, na 5ª e penúltima fase.

Já as alunas Jéssica Boesing, Fernanda Posser e Nicole Moraes ressaltaram que a ONHB é uma “troca de conhecimento”. “Foi melhor do que a gente esperava. Quando entramos não pensamos que ia ser tão legal, conhecemos muitas pessoas, conhecemos a UNICAMP e além disso a Olimpíada não é para ensinar história, mas para ensinar a ver a vida com outros olhos”, destacaram.

Alunos do curso de Eletroeletrônica, os estudantes Felipe Serpa, Jean Menegatt e Jean Piccinin enfatizaram o trabalho em equipe. “Foi tudo feito em uma grande equipe, foi o trabalho conjunto que nos deu esse resultado. Gostaríamos de agradecer aos professores, pois sem eles não teríamos conseguido chegar à final”, agradecem.

As medalhistas Julia Pasetto, Adriane Perazzoli e Cristiane Piccinin comemoram a vitória. “O que mais gostamos foi estar lá e representar o estado”. Como mensagem aos estudantes que desejam participar no próximo ano elas destacam: “Vale muito a pena! Mesmo que não ganhe medalha, vale muito a participação”, incentivam.

Além dos professores Adriano e Cristiane, também acompanharam os alunos na viagem as professoras Gloria Elizabeth Riveros Fuentes Strapasson, Solange Francieli Vieira e Isadora Cristina de Melo Coan.

A direção-geral do Câmpus e todos os servidores envolvidos agradeceram pelo trabalho desenvolvido. “Parabenizamos a todos e continuaremos a incentivar a participação de nossos alunos em eventos como as olimpíadas ou em viagens e visitas técnicas que trazem aos nossos alunos uma complementação dos seus estudos”, parabeniza a diretora-geral, Rosangela Aguiar Adam.

Curso de formação

Após o encerramento da final da ONHB, realizada no domingo, 17 de agosto, os professores que orientaram as 30 melhores equipes foram convidados a permanecer em Campinas para um curso de formação. “Foi um curso intensivo de oito a dez horas diárias onde a gente tem aula com professores dos Programas de Pós-graduação. Eles trazem para a gente o que tem de mais novo nas áreas de artes, linguística, filosofia, ciências sociais e história”, explica Adriano.

Os professores contaram que ao longo do curso a Unicamp abre um espaço para que os professores cursistas que quiserem apresentem experiências de trabalhos na área de História nas suas escolas. “Esse ano eu e o Adriano levamos a experiência de um trabalho que nós desenvolvemos em sala de aula com os segundos anos. Foi um trabalho sobre a História da América. Ficamos surpresos porque o grupo gostou e gerou uma saraivada de perguntas”, comentam.

Confira alguns dados:

Confira alguns dados que evidenciam o sucesso obtido pelo câmpus Videira na 6ª ONHB
– Os 42 finalistas do IFC Videira se destacaram entre 30 mil alunos de todo o país;
– Na classificação para fase final o Câmpus teve uma equipe em 1º lugar na região Sul do Brasil e uma equipe entre as cinco melhores do país;
– Ao longo das cinco fases da Olimpíada (fases virtuais) 85% das equipes no Brasil foram eliminadas
– Apenas 3% das equipes chegam à fase final.
– O IFC Videira teve uma equipe premiada com medalha de bronze na final
– O IFC Videira participou da 6ª ONHB com a segunda maior delegação do país

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FOTOS

Veja a seguir algumas fotos dos dias 16 e 17 de agosto em Campinas. As imagens retratam a riqueza das atividades realizadas na Unicamp, como passeios, atividades culturais, visita ao Museu de Zoologia da Unicamp entre outras. (As imagens foram feitas pelos próprios alunos e professores).