Horta terapêutica é alternativa de tratamento para pacientes do Caps
Escrito por juliana.motta. 8 de junho de 2017, às 17:47Sempre buscando novas alternativas no tratamento oferecido a seus pacientes, o Centro de Atenção Psicossocial (Caps I) de Videira, está desenvolvendo o Projeto Sementes, que visa a oportunizar aos pacientes um novo espaço para tratamento. O projeto consiste no desenvolvimento de uma horta terapêutica, que tem como principais cultivadores os pacientes do Caps.
A ideia surgiu através das demandas apresentadas pelos próprios pacientes durante os atendimentos de Terapia Ocupacional e se tornou realidade graças a uma parceria entre o Caps e o Instituto Federal catarinense (IFC), que disponibilizou um professor do curso Técnico em Agropecuária para orientar os pacientes nas técnicas de plantio e cuidados com as plantas.
A terapeuta ocupacional do Caps, Luana Henrique, explica que utilizar atividades de horta como recurso terapêutico permite que o paciente reconheça suas potencialidades, além de facilitar a expressão de seus sentimentos.
“O contato direto com a natureza também serve como meio facilitador para desenvolver aspectos emocionais, sociais, intelectuais e físicos, objetivando resgatar a independência, autonomia, autoestima e autoconfiança do paciente”, explica Luana.
Segundo ela, outra vantagem da horta terapêutica, que é realizada uma vez por semana, é o resgate da cidadania, pois a atividade aborda questões de valores sociais como o respeito (por meio da divisão dos materiais), a solidariedade (ao ajudar aqueles que apresentam maiores dificuldades de entendimento e coordenação motora), além da motivação para o trabalho em grupo. “Tudo isso acontece de forma harmônica e tranquila, num ambiente que propicia o relaxamento e a liberdade de expressão”, afirma.
Gilson Nachtigall, professor do IFC que auxilia na atividade do Caps, ressalta que o Instituto Federal tem como missão proporcionar educação profissional, atuando em ensino, pesquisa e extensão, além do comprometimento com a formação cidadã, a inclusão social e o desenvolvimento regional. Alunos do curso Técnico em Agropecuária do Instituto também participam das atividades com os pacientes do Caps.
“A parceria em um projeto de extensão como Caps faz parte dessa missão, pois a extensão visa a difusão, socialização e democratização do conhecimento existente. Na horta está sendo realizado o plantio de várias hortaliças, além de oferecer atividades de terapia de grupo, acompanhadas pela profissional do Caps”, avalia Gilson.
De acordo com a coordenadora do CAPS Adriana Aparecida Felicetti, as hortaliças produzidas serão utilizadas no lanche dos pacientes enquanto participam das atividades de grupo e também serão divididas entre eles para que sejam consumidas junto de suas famílias.