IFC Videira e Fraiburgo promovem a exposição “Contestado Restos Mortais”

Escrito por rosana.oliveira. 7 de maio de 2015, às 09:51

Para lembrar os 100 anos da Guerra do Contestado os câmpus Videira e Fraiburgo do IFC promoveram a exposição “Contestado Restos Mortais”, O acervo da exposição eram peças originais provenientes do Museu de Taquaruçu de Cima, comunidade do interior da cidade de Fraiburgo – SC, que foi palco de uma das maiores batalhas da Guerra do Contestado.

Além da exposição, foram apresentadas outras atividades voltadas para o tema:

– Palestra com o historiador e escritor Pedro Aleixo Felisbino com o tema: “A Guerra do Contestado em Taquaruçu”. O palestrante discursou com propriedade sobre o assunto, declamou poesias de sua autoria e falou sobre cada peça do acervo. Citou que a Guerra do Contestado foi a 3ª maior guerra camponesa do mundo onde, pela primeira vez, o avião foi utilizado para combates;

– Palestra com o historiador Ivan Carlos Serpa com os tema:”Contestado, Restos Mortais: o que o passado tem a ver com nossas vidas hoje?”.Ivan é professor no IFC câmpus Fraiburgo e a programação do evento ficou sob sua coordenação;

– Apresentação do Software Educativo sobre o Contestado pela Profª Cristiane Aparecida Fontana Grumm;

– Exposição “Contestado em Cores”, quadros da Profª Márcia Elizabéte Schüler.

Sobre a Guerra do Contestado

Conflito que surgiu entre 1912 e 1916, em uma área povoada por sertanejos, entre as fronteiras do Paraná e Santa Catarina. Os sertanejos subsistiam sob a opressão dos grandes fazendeiros e de duas empreendedoras americanas que operavam ali – a Brazil Railway, responsável pela implantação da via ferroviária que uniu o Rio Grande a São Paulo.

Por inúmeros interesses, as empresas deram início à retirada forçada dos nativos, que ocupavam ilegalmente um pedaço de terra, na qual trabalhavam para que se tornasse fértil.

Essa atitude revoltou os sertanejos e foi o estopim para o conflito. A Guerra do Contestado colocou os nativos contra o governo, as multinacionais e as oligarquias. Os sertanejos encontraram o apoio que precisavam nos monges, figuras muito respeitadas por esse povo. Um monge, conhecido como José Maria, une-se aos sertanejos revoltados, ignorando a partir de então qualquer mandado vindo da parte de alguma autoridade da República Velha. Esses povoados ficaram conhecidos como Contestado.

O governo federal não viu com bons olhos o trabalho de José Maria, que passou a representar um risco para a ordem e segurança da região. Ele e seus seguidores foram severamente reprimidos pelas multinacionais e pela guarda armada do governo federal. No mês de novembro de 1912 ocorreu a batalha de Irani, o qual marcou este conflito e desencadeou na morte do monge José Maria. Os sertanejos, inconformados com a morte de seu líder, deram dando início a uma guerra civil.

Novas sedes foram constituídas por seus sectários, que continuaram lutando, desgostando o governo federal que, ávido por acabar definitivamente com esta guerra, resolve usar todo seu poderio militar, utilizando para este fim um grande contingente de soldados equipados com fuzis, canhões, metralhadoras e aviões, nunca antes usados em uma ação bélica desta magnitude. A guerra terminou somente em 1916, quando as tropas oficiais conseguiram prender Adeodato, que era um dos chefes do último reduto de rebeldes da revolta. Ele foi condenado a trinta anos de prisão.